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Costa apanhado em quatro escutas a Matos Fernandes. Uma foi considerada suspeita

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Mário Cruz / Lusa

O primeiro-ministro António Costa terá sido intercetado em quatro das escutas feitas a João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente, no âmbito do caso do hidrogénio verde. Um delas foi considerada suspeita.

Na semana passada, o semanário Expresso avançou que o Ministério Público (MP) teria intercetado conversas entre o primeiro-ministro e o ministro do Ambiente, mas que o presidente do Supremo Tribunal tinha determinado a destruição de duas delas por ter entendido que não havia matéria ou indício criminal relevante.

Esta semana, o mesmo semanário adianta que Costa terá sido intercetado em quatro das escutas feitas a Matos Fernandes, sendo que uma delas foi considerada suspeita.

No dia 28 de dezembro de 2020, Costa telefonou a Matos Fernandes para falar sobre o negócio do lítio e do hidrogénio verde, que pode atrair para Portugal fundos europeus e investimentos de milhares de milhões de euros.

No telefonema, o primeiro-ministro e o ministro do Ambiente falaram das negociações que estão a decorrer para definir a futura localização, conversações sobre uma refinaria de lítio, possíveis interessados no negócio e uma eventual parceria com Espanha.

Esta escuta entre Costa e Matos Fernandes foi validada pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça que, apesar de considerar que não havia indícios de crime, cedeu à vontade do MP.

No mesmo despacho em que validou esta interceção telefónica, António Joaquim Piçarra mandou destruir outra em que o primeiro-ministro e o ministro do Ambiente falavam sobre o apoio às famílias e às empresas no consumo de energia durante o confinamento.

Antes dessa, António Piçarra já tinha mandado destruir duas escutas: uma foi considerada meramente institucional e a outra pessoal, uma vez que Costa se queixava a Matos Fernandes dos efeitos do isolamento profilático e este se oferecia para lhe emprestar um livro.

O MP recorreu da decisão. O recurso vai ser apreciado pelo juiz conselheiro Nuno Gonçalves, um procurador de carreira que passou pelo Tribunal de Contas e foi representante do MP na Madeira.

Em novembro, a revista Sábado noticiou que Pedro Siza Vieira e João Galamba estavam a ser investigados sobre a atuação do Governo na promoção do hidrogénio verde, na sequência de uma denúncia recebida pelo Ministério Público no final de 2019.

Os governantes “são suspeitos de favorecimento do consórcio EDP/Galp/REN no milionário projeto do hidrogénio verde para Sines”, estando em causa um dos maiores projetos que em 2020 foram selecionados para uma candidatura nacional a um estatuto de interesse comum da Comissão Europeia, que visa facilitar a obtenção de apoios ao financiamento.

A Sábado noticiou ainda que Siza Vieira e Galamba estiveram sob escuta, tendo o DCIAP negado que o ministro da Economia tivesse sido escutado. Desde então não houve desenvolvimentos sobre a candidatura portuguesa no quadro do hidrogénio.

Maria Campos, ZAP //

20 Comments

  1. Para além de incompetentes ainda são ladrões…
    O Sócrates tinha muitos defeitos mas incompetência não era seguramente um deles.

  2. Não é preciso procurar muito. Basta prender todos os súcialistas porque já foram corruptos, são neste momento corruptos e ainda vão ser corruptos no futuro. São duas condições mutuamente indisociaveis a de súcialista e a de corrupto!

  3. E preciso carradas de juízes para estarem atentos às manobras destes corruptos do governo. Estes gajos dão que fazer !

  4. A minha surpresa é não haver um único comentário dos avençados a tentar justificar e brabquear mais esta trapalhada. Estarão em isolamento profilático?

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